O amor que esperou o tempo certo
- Marina Furtado

- 10 de mai.
- 2 min de leitura
Atualizado: 11 de ago.
Todos os anos, quando o Dia das Mães se aproxima, algo dentro de mim se agita. É como se minha história com a maternidade viesse, aos poucos, à tona. Uma história que carrego com amor, mas também com marcas, lembranças e aprendizados.
Antes de ser mãe, eu percorri um caminho cheio de expectativas, esperas, dores silenciosas e esperanças quase frágeis. Não foi simples. Não foi rápido. E, definitivamente, não foi leve. Ser uma tentante traz desgaste físico, cansaço emocional, e uma solidão que nem sempre cabe nas palavras. Havia dias em que o sorriso no rosto escondia um abismo de dúvidas e frustrações.
Mas havia também um fio que me mantinha de pé: o desejo. O amor que já existia, mesmo antes de um filho estar nos braços. Um amor que me fazia levantar a cabeça mesmo quando o corpo queria apenas se encolher.
Hoje posso olhar para trás com carinho e dizer: que bom que não desisti. Que bom que me permiti sentir tudo, inclusive o medo, a raiva e o cansaço. Que bom que aceitei ser cuidada: pela minha família, que esteve por perto com amor silencioso; pela minha psicóloga, que me ajudava a me reerguer e a me reconectar a cada negativo; e, principalmente, pelo meu esposo, que dividiu comigo cada angústia até o nosso tão esperado positivo.
Vejo, cada vez mais, quantas mulheres e famílias enfrentam esse mesmo caminho, e o quanto é importante que ele seja nomeado, reconhecido e acolhido. A maternidade nem sempre chega da forma que imaginamos. Às vezes, ela vem depois de muitas pausas e recomeços. E tudo isso faz parte.
Minha história me ensinou que cada trajetória merece respeito, escuta e cuidado.
Se você está nesse processo, ou se já passou por ele, que você se sinta abraçada neste momento. Que saiba que sua dor importa. Que sua luta é legítima. E que você não está sozinha.
Feliz Dia das Mães — para todas as mães, inclusive as que ainda estão a caminho.
Com carinho,
Marina.



Comentários